O nosso grupo de estudo e apreciação do cinema clássico surgiu
da imensa vontade de reunir os amigos que compartilham uma visão do cinema
enquanto arte, entretenimento e, essencialmente, fonte de aprendizagem e
reflexão. Nosso objetivo era tentar nos aprofundar na recepção de algumas obras,
indo um pouco além da mera passividade diante da película, investigando o filme
enquanto objeto de conhecimento. Sendo assim, fizemos uma seleção de obras
clássicas, algumas mais remotas, outras nem tanto, mas que tenha, cada uma a sua
maneira, causado um impacto na história da cinematografia.
Como pode ser conferido pela datação das postagens, passei um
tempo sem publicar textos devido a paralisação das atividades do grupo.
Reunimo-nos aos sábados à noite durante um ano e meio ininterruptamente, mas
quando justamente criamos o blog, as atividades foram interrompidas por
compromissos profissionais e pessoais que nos impossibilitaram de seguir com os
encontros e discussões. Mas é claro, não paramos de assistir a filmes e ler
sobre o assunto. Apesar de algumas tentativas frustradas de retomar o grupo, em
outubro de 2016 finalmente conseguimos. Ufa!
Bem, por que o blog? Achamos que com a divulgação dessa
prazerosa experiência, possamos despertar o interesse de outros cinéfilos a
tentar fazer algo parecido. Posso garantir que vale muito a pena.
Pessoal, continuo o texto um pouco mais abaixo. Antes vejam os
filmes que vimos recentemente:
Observem a variedade de gêneros e temas. Porém, todos
maravilhosos. Além disso, proporcionaram ótimos debates. Por falar nisso,
explicarei brevemente como funcionam os encontros:
Eles acontecem uma vez por mês. Fizemos assim para que não nos
sintamos pressionados, já que às vezes a agenda de trabalho não permite nossos
encontros a cada semana. Também acaba servindo para dar aquele sabor a mais,
pela raridade dos momentos. Mas antes desse encontro, cumprimos algumas etapas
de preparação. É verdade que cada um de nós assiste a vários filmes nesse
intervalo, mas procuramos fazer desse encontro uma experiência diferenciada,
onde aproveitamos o máximo que o filme pode nos proporcionar, já que é também um
momento de estudo da obra, mas também de deleite.
Bem, essa “preparação” consiste basicamente na leitura de
alguns textos que, como coordenador do grupo, eu disponibilizo na página do Chá
com cinema no Facebook. Juntos ao link dos artigos, acrescento trailer original
do filme, sinopses e opiniões de críticos consagrados, além da leitura de alguns
guias de cinema que abordam o filme. Feitas essas leituras, marcamos a data da
exibição.
No dia em que nos encontramos para assistirmos juntos ao filme,
combinamos não tratar antecipadamente de nossas expetativas, já que em sua
grande maioria, os filmes que selecionamos nunca foram assistidos por nenhum
membro do grupo. São filmes que sempre desejamos ver, mas que agora com a
facilidade de acesso, podemos realizar esse desejo. Após o filme, embasados
também nas leituras anteriores, e em pequenas anotações que fazemos durante a
projeção, fazemos um saboroso debate sobre a obra.
Durante o último debate, em que falamos sobre o filme Cabaret,
passamos a fazer a gravação de nossos opiniões como forma de registro, e quem
sabe um dia dou um jeito de disponibilizar aqui. Vamos também introduzir um novo
fetiche para os próximos encontros: usar a trilha sonora do filme como fundo
musical para os debates. São ideias que vão surgindo. Nesse caso, porque
adoramos música, e especial as trilhas instrumentais dos filmes.
Sinceramente, chequei a pensar que uma das mais gratificantes
aventuras nas quais embarquei havia chegado ao fim. Nosso pequeno Cine clube
começou a todo vapor, mas por continência dos destinos individuais de cada um
dos membros, teve que ser interrompido. Mas felizmente, estamos de volta e
imaginem, com muito mais vontade, acumulada nesse tempo de intervalo. Com imenso
desejo de estudar e também, divertir-se com os clássicos do cinema antigo, ou
como diria a crítica Pauline Kael, com os filmes que ainda não vimos.
O nosso retorno aconteceu precisamente no dia 04 de outubro,
quando reinauguramos o Chá com cinema com o filme Drugstore Cowboy, do diretor
americano Gus Van Saint, produzido em 1989 e imerso naquele universo que foi
classificado como cultura indie. Por que esse filme em particular? Não quisemos
escolher nada que tivesse um caráter excepcional por se tratar de um retorno as
atividades do projeto. Ele simplesmente estava na lista há muito tempo e
tínhamos muita curiosidade sobre a obra, posto que eu particularmente adorei
Elefante, filme dirigido por Saint em 2001 e que me chamou a atenção para o
“estilo” do diretor.
A partir daí fomos escolhendo os próximos filmes e alguns
títulos foram se impondo por algumas circunstâncias bem específicas, como o
último que vimos Cabaret, que lembramos pela sucesso recente de La la land.
Então pensamos em outro musical, que também teve muitas indicações ao Oscar e
ainda não tínhamos visto. Bem, o certo é que não faltam filmes pra ver. Deus nos
dê muitos anos de vida para aproveitamos o grande acervo de obras-primas que
cineastas geniais nos legaram. Amém!
Bons filmes!