sábado, 20 de maio de 2017

Uma odisseia pelo cinema


Ao criarmos o nosso pequeno cine clube, meio que acordamos que os filmes assistidos seriam inéditos para todos. Talvez para que estivéssemos em um mesmo ponto de partida quando fôssemos debate-los sem uma experiência anterior que pudesse “corromper” nossa imersão naquele universo. Ou simplesmente porque assim fugiríamos da óbvia tentação de reexperimentarmos aquilo que já nos agradou, e sobre o qual já tínhamos elaborado alguma opinião. Lançamo-nos ao desafio de escolher sempre filmes que tínhamos uma imensa vontade de ver ao longo de nossa trajetória na estrada da cinefilia, mas por algum motivo, geralmente falta de acesso a obra, não havíamos conseguido assistir. 

Porém, como são oportunas as exceções, fugimos pela tangente em algumas situações especiais. Muito especiais. Há dois anos realizamos uma sessão comemorando os 30 anos do lançamento de Amadeus nos cinemas brasileiros. Aliás, acabei não fazendo essa postagem. Mas foi muito legal. Meu filme preferido, diga-se de passagem.




Desta feita, já dentro das comemorações dos 50 anos de uma das grandes obras-primas da sétima arte, realizamos uma sessão de 2001 Uma odisseia no espaço, criada pela mente brilhante de Stanley Kubrick. Claro, apenas em 29 de abril de 2018 o filme estará oficialmente completando suas cinco décadas, mas resolvemos ser os primeiros a comemorar. Por que não? No ano que vem, veremos novamente. Quem sabe um dia a gente não entende? Brincadeira, já tinha conseguido entender na terceira vez, essa foi a sexta.

Mas por que ver esse filme mais uma vez?
Por que, de certa maneira, é sempre a primeira. Grandes obras de arte tem sempre algo a nos ensinar quando nos deparamos com elas, não importa quantas vezes façamos isso. É como se a nossa própria evolução enquanto ser pensante nos recondicionasse a novas percepções, e o aparelhamento cognitivo se expandisse rumo a novos horizontes. Vermos 2001 Uma odisseia no espaço como um objeto de conhecimento nos obriga a repensar continuamente nossa condição diante do inatingível, e ao mesmo tempo refletir sobre como lidamos com a nossa busca pela solução dos mistérios do mundo, seja ele em outras galáxias ou dentro de nós mesmos.

Bom, não vou aqui fazer uma resenha do filme, pois quem já leu o blog sabe que não é este o objetivo desses textos. Quero só compartilhar com meus colegas cinéfilos esse imenso prazer de usufruirmos dessas maravilhas da cinematografia. E, como sempre digo, tentar estimula-los a realizar experiências como essa. O cinema é uma grande oportunidade de discutirmos ideias, aprendemos acima de tudo. Estamos cada vez mais mergulhados numa sociedade formada por pessoas sem foco, sem capacidade de concentração, distraídos, coisificados e superficializados por ferramentas que se afirma facilitarem a nossa vida, quando na verdade sugam a nossa disposição para o exercício do pensamento e da reflexão. Muitos já nem suportam mais estar diante de algo que dure mais de 10 minutos. Uma pena.







Ao final da exibição tivemos o nosso tradicional debate, ouvindo a trilha sonora do filme ao fundo e tomando o nosso chá gelado. Conversamos durante uma hora sobre os aspectos essenciais da película e traçamos alguns comparativos entre e o livro e ela, já que Davi e eu havíamos lido a obra de Artur C. Clark, que, aliás, foi escrita concomitantemente ao filme.






Como de costume, essa nossa reflexão coletiva foi regada ao maravilho chá gelado, desta vez com folhas de laranja, limão e cubos de gelo.





Quero mencionar também que acabei de adquirir mais duas obras que irão certamente contribuir em um maior embasamento para as nossas discussões futuras.




Aliás, estou pensando em um futuro próximo fazer uma postagem sobre alguns livros sobre cinema que gostaria de recomendar. Vale muito a pena conhecer um pouco mais sobre o cinema, envolvendo produção, história, etc., pois isso realmente contribui para experimentarmos mais a fundo a obra.

Quando estava terminando o texto da postagem os correios entregaram duas obras que eu tinha encomendado para a audição após o filme no momento do debate. Não deu tempo chegar, mas serão ouvidas, muitas e muitas vezes. 




É isso. Até a próxima e bons filmes!

Um comentário:

  1. A cada dia aprendo muito sobre cinema em conversas familiares aqui em casa. Porém, participar dos debates após os filmes me fazem de assistir novamente o mesmo em minha mente, só que dessa vez, com um novo olhar.

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