segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Retrospectiva 2017 e além...


           Nossa aventura em busca das origens do cinema, estudando os clássicos que contribuíram para estabelecer a linguagem do cinema continuou em 2017. Nossas reuniões de debate foram poucas, mas produtivas. Não só as que fizemos depois das sessões, mas em outros momentos em que conversamos sobre os filmes “antigos” que estávamos conseguindo, garimpando em busca de tesouros que antes pareciam impossíveis. Aliás, é nesse sentido que escrevo essas linhas.
       Há trinta anos, quando comecei ainda adolescente a “carreira” de cinéfilo - bem, acho que quando você começa a ver novamente os filmes das videolocadoras porque já não há mais inéditos; quando você começa a comprar aqueles guias de filmes tipo 500 melhores filmes de todos os tempos, lendo as fichas técnicas, sinopses, observando o nome dos atores que já conhecia; fazendo assinatura de revistas sobre cinema; e principalmente, quando você começa  a anotar os títulos de todos os filmes que assiste (comecei a fazer isso em 1983), Ufa! Acho que você está se transformando em um cinéfilo. Bem, como dizia, desde muito jovem senti-me apaixonado pelo cinema e pelo que ele poderia me proporcionar enquanto experiência cognitiva e sensitiva. Mesmo limitado pela falta de acesso a todos os filmes que queria assistir. 
            Nessa época era muito difícil conseguirmos ver os filmes clássicos e nem precisavam ser tão antigos assim. Não havia streaming, TV a cabo ou DVDs, nenhuma mídia digital que facilitasse o compartilhamento; e diga-se, em minha cidade a sala de cinema deixou de ser opção devido ao desabamento da última que ainda funciona durante a década de oitenta. Assistir a filmes tinha que ser na TV aberta ou, como já citei, recorrendo as videolocadoras, que obviamente abasteciam as prateleiras com filmes mais recentes, blockbusters, com maior chace de serem locados. Eram raros os filmes de décadas mais remotas, exceção feita a suprassumos que pertencem a cultura pop como O poderoso chefão, Era uma vez no Oeste ou O exorcista.
            Comecei a ter acesso a filmes das primeiras décadas do cinema e também a filmes produzidos fora da produção de mercado hollywoodiana com a TV Cultura, que com programas como o Mostra de cinema internacional, começou a me proporcionar a chace de ver filmes como a versão de 1939 de O corcunda de Notre Dame e O Encouraçado Potenkin, de Serguei Einsentien (falarei mais desse ícone do cinema na próxima postagem).
            Sendo assim, havia um sério risco de nunca conseguir alguns filmes que lia tanto a respeito. Com é óbvio para todos, a realidade agora é outra. Pode-se sair da teoria e mergulhar na experiência de vermos praticamente a qualquer filme que desejarmos. Nos últimos anos, também devido ao fato de termos criado esse grupo de estudo que chamamos de Chá com cinema, tenho visto muitos desses filmes, não só durante as sessões do Chá com cinema, mas isoladamente a partir de conversas sobre o nosso amor pela sétima arte. É natural que ao vermos um filme clássico que tenhamos gostado, pela referência cruzada procuremos ver os outros filmes do mesmo diretor, atores e produtores ou até mesmo um que faça parte daquele movimento cinematográfico.
            Em 2017 vi vários desses filmes desejados há muito tempo. Vou citar aqui alguns apenas, que emblematicamente representam filmes que sempre desejei ver e consegui no ano passado. Desses, alguns são bem antigos, como Drácula (versão de 1931), outros nem tanto, mas simbolizam todos eles essa busca para recompensar o tempo perdido, ou para celebrar a oportunidade que agora tenho. São eles: 






            Em 2018, nas sessões do Chá com cinema me imporei dois desafios: ver dois filmes a cada mês que representam o cinema das primeiras décadas do século XX e fazermos um estudo sobre as correntes e movimentos cinematográficos, em que, uma vez por mês, vamos assistir a um filme que os representa artística e ideologicamente. Começaremos com o movimento Dogma 95 e o filme Festen, de Thomas Vinterberg.

            Bons filmes! 

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